A Educomunicação para uma Sociedade Sustentável

Por Cadu Everton

Em agosto de 2018, Greta Thunberg chamou atenção da mídia global por faltar às aulas para protestar em frente ao parlamento Sueco e exigir medidas mais efetivas em relação às mudanças climáticas. Greta Thunberg logo foi convidada a discursar em diferentes eventos ambientalistas. Seus discursos percorreram o mundo e cativaram pessoas em todo o planeta a se manifestarem a favor de uma sociedade mais sustentável. Mas como é possível desenvolver uma consciência ambiental nas pessoas? E qual a contribuição da educomunicação nisso?

Para a Dra. em Ciência Ambiental, Thaís Brianezi, a educomunicação tem grande relevância para a construção de um ambiente sustentável, pois uma das contribuições da área é construir um meio comunicativo mais aberto. A ampliação do diálogo, da participação e da criatividade em espaços formais e informais de aprendizagem são alguns dos objetivos da Educomunicação. No aspecto ambiental, é possível que ações educomunicativas integrem sociedade, estado e setor privado em prol de maior consciência sustentável e menores impactos ambientais no espaço geográfico em que as pessoas vivem.

Em sua dissertação de mestrado, Patrícia Zimmermann, pesquisadora pela ECA-USP, aborda sobre como a educomunicação socioambiental gerou impactos em comunidades de Santa Catarina. O Projeto Babitonga Ativa (PBA), que tem objetivo de preservar a Baía de Babitonga, utilizou a práxis comunicativa para mobilizar e  sensibilizar a comunidade para a participação cidadã na perspectiva da sustentabilidade.

 O Pró-Babitonga é um fórum representativo da comunidade, resultado do Projeto Babitonga Ativa, em que há representantes de instituições públicas e privadas, além da sociedade civil e setor cultural. “Eles se reúnem a cada 30 dias na sede do Minis. Público de Joinville para tratar de problemas de uma agenda ambiental e que diz respeito a todos os setores, que precisam ser organizados e refletidos” Afirma Zimmermann.

Material de Divulgação do Projeto Babitonga Ativa (PBA) [Crédito: PBA]

A transversalidade da Educomunicação é o que permite que aconteçam resultados como o do projeto PBA. Construir um sistema comunicativo cada vez mais aberto nas escolas, dialogar com empresas jovens e grêmios estudantis é parte da estratégia da Educom no âmbito socioambiental. Essa estratégia não acontece sozinha, ela exige conexão. De acordo com Thaís Brianezi   as políticas públicas não são mais feitas para a sociedade, mas sim na sociedade e com participação social.

Atualmente, a licenciatura em Educomunicação da ECA-USP dispõe da disciplina educomunicação socioambiental como optativa livre do curso. Educar para a sustentabilidade e gerar processos inovadores para uma sociedade sustentável são alguns dos intuitos do programa da disciplina, o que certamente evidencia que a Educom na construção de impactos socioambientais positivos é indispensável.