O Prêmio CAPES de Tese recentemente divulgou o resultado da última premiação e Paola Diniz Prandini conquistou menção honrosa com sua tese “Conexão Atlândica: branquitude, decolonialitude e educomunicação em discursos de docentes de Joanesburgo, de Maputo e de São Paulo”. Paola foi orientanda da professora Maria Cristina Palma Mungioli (Departamento de Comunicações e Artes da ECA-USP) no doutorado em Ciências da Comunicação. Além disso, é mestra em Ciências da Comunicação (com especialização em Gestão da Comunicação), jornalista e sócia-fundadora e Diretora Cultural da Associação Brasileira de Pesquisadores e Profissionais em Educomunicação (ABPEducom). Confira o resumo da tese abaixo:
Paola Diniz Prandini e Maria Cristina Palma Mungioli
“A presente pesquisa, de natureza qualitativa, investiga – com base em discursos de educadoras e de educadores das cidades de São Paulo, no Brasil; de Joanesburgo, na África do Sul; e de Maputo, em Moçambique -, em que medida e de que maneira a branquitude e as colonialidades estão presentes nas dinâmicas sociais, de ensino-aprendizagem e nos currículos das escolas públicas do ensino básico em que são docentes. Esta pesquisa também busca compreender como a educomunicação – enquanto práxis decolonial e decolonizadora – pode colaborar para a aplicação de percursos didático-pedagógicos (inclusive por meio da mediação cinematográfica) em prol da equidade étnico-racial nesses territórios. Para tanto, o estudo é transversalizado por teorias e por práticas desenvolvidas, principalmente, por intelectuais que nasceram ou pesquisaram nos países supracitados, onde realizei a pesquisa de campo participante. Esta, por sua vez, utilizou diferentes instrumentos metodológicos, tais como: apreciação de filmes locais; diálogos presenciais com as/os educadoras/es; respostas a questionários on-line; e produções autorais educomunicativas realizadas pelas/os participantes, a fim de constituir o corpus da pesquisa. Como ferramenta de análise dos discursos, bem como da apreensão dos sentidos por eles produzidos e de seus temas, foram empregados os instrumentos propostos pela Análise do Discurso (A.D.) de linha francesa. Entre os resultados obtidos, destaca-se a definição de 31 categorias representativas da branquitude e das colonialidades presentes nas cosmovisões de brasileiras/os, moçambicanas/os e sul-africanas/os e, como consequência, na docência e nos sistemas de ensino locais. Além disso, foi empreendida discussão epistemológica em torno dos conceitos de decolonialitudes e de educomunidades, criados a fim de propor estratégias eficazes, decoloniais e decolonizadoras possíveis para a contínua melhoria da educação básica formal e pública nas cidades pesquisadas.”
O resultado da CAPES pode ser lido no site oficial e a tese de Paola Diniz Prandini pode ser acessada clicando aqui.
